quarta-feira, 12 de junho de 2013

Posas (Shackled)

Especial: Competição oficial de longa metragem do
Festival Olhar de Cinema de Curitiba

Direção: Lawrence Fajardo
Ano: 2012
País: Filipinas




A trilogia dinamarquesa Pusher, é um marco em longas metragens que retratam o submundo das drogas nas grandes cidades; o contraste exacerbado, ambientes escuros e claustrofóbicos, vermelho constante, câmera na mão seguindo os personagens, fez deste, uma referência em filmes do gênero. Em Posas, Jess, um jovem de 20 e poucos anos, vive de pequenos furtos, para sustentar sua mãe e irmã, nas movimentadas ruas de camelôs na cidade de Manila, nas Filipinas. Ao roubar o celular de uma jovem da alta elite, Jess é preso pela polícia, e acaba por conhecer o que há por trás de todo o sistema daqueles que vestem a farda da polícia.

Toda a sensação de claustrofobia citada acima é percebida em Posas, que ao início mostra o carro da polícia com a frase: “Servir e Proteger”, nos dando a ideia da proposta do longa filipino, trazendo a reação em cadeia do corrompimento do sistema de segurança das grandes cidades.

Desde que o ser humano vive em sociedade, foi criada uma classe de pessoas treinadas para manter a ordem e proteger àqueles que vivem e contribuem com a comunidade. Na época do feudalismo, na sociedade pós revolução industrial, pós revolução francesa, e hoje em dia, a polícia têm esse dever. E não é novidade que o abuso de poder retratado em diversos longas metragens (Crash – No Limite, O Lugar Onde Tudo Termina, Tropa de Elite, etc), esteja hoje mais presente do que nunca. Porém aqui acompanhamos um dia na vida dos policiais de Manila, através dos olhos do infeliz ladrão Jess. A injustiça reproduzida aqui é angustiante e o preço a pagar pelo roubo de um celular, além de mudar totalmente sua vida, o torna dependente tanto da cadeia de crimes, como da polícia corrupta.

Tendo uma proposta interessante e uma linguagem bastante subjetiva, Posas erra em um pequeno detalhe, mas que compromete todo o longa metragem: o diretor filipino acaba subestimando o telespectador, desprezando o uso da inteligência daqueles que assistem sua obra.


Gustavo Halfen

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