domingo, 21 de abril de 2013

Bad Boy Bubby


Direção: Rolf de Heer
País: Australia, Itália
Ano: 1993


O diretor holandês Rolf de Heer, em seu quarto filme nos propõe uma análise sobre inúmeros princípios éticos e morais que a sociedade nos impõe; do incesto aos padrões de beleza, temos um drama recheado de humor negro, lembrando muito o longa Underground de Emir Kusturica, que para muitos vai além de um tapa na cara, ou melhor, um soco no estômago.

Na trama, temos Bubby (Nicholas Hope), que devido ao excessivo controle de sua mãe, é mantido preso em uma casa há 35 anos, sem nunca ter saído; convencido pela mãe que o ar lá fora é contaminado e só é possível sair de máscara. Assim sua progenitora inventou diferentes conceitos para mantê-lo trancafiado sem questionamentos. Bubby acredita que Jesus está observando tudo o que ele faz e queimará no inferno se desobedecer sua matriarca. Incesto é algo comum para o rapaz, que frequentemente transa com a mãe e tem uma obsessão pelos grandes seios dela. A violência também é corriqueira, sua mãe não hesita em usá-la para impor medo em Bubby, que acaba descontando em seu gato de estimação.



Após alguns acontecimentos, Bubby acaba saindo de sua “prisão” e descobre que no mundo lá fora não existe perdão. Despreparado para viver em sociedade, Bubby enfrenta situações onde ora é vítima, e ora é culpado; dando referência à Alex ao sair do tratamento "inovador" em Laranja Mecânica (Clockwork Orange, 1971). Com o tempo percebe que as religiões e Deus são invenções humanas e só atrasam o progresso, e passa a lutar por isso. Sua paixão por mulheres gordas, diferente dos padrões de beleza usual, acaba causando certas situações incômodas, e o nosso protagonista  chega a ser preso e estuprado. Por fim Bubby se insere em uma banda, onde tem a liberdade de expressar todas as palavras que tem ouvido desde a conquista de sua autonomia, frases como: “Vai se foder!”; “Eu gosto de suas tetas!”; “Deus eu te odeio!”, são vangloriadas pelo público fiel da banda, e acabam sendo um reflexo da sociedade criminosa que Bubby foi inserido e, está tendo que se adaptar.

Gustavo Halfen

2 comentários:

  1. Este filme é muito bom, leva a questionamentos culturais e sociais que incomodam e ao mesmo tempo te fazem refletir sobre a realidade da natureza humana!!!!

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  2. É um filme sujo, blasfêmico, incestuoso, porém magnífico!

    As vezes eu andava na rua e me lembrava do Bubby e pensava em como ele faria para atravessar uma faixa de pedestre, ou pegar um elevador, ou como se comportaria se tomasse umas cervejas a mais rsrs.

    Eu recomendo esse filme uu

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